Foi um bom fim de semana pra quem é fã de “Pokémon”. Durante os dias 05 e 06 de novembro, o filme “Pokémon: Eu Escolho Você!” foi exibido nos cinemas brasileiros para comemorar o aniversário de vinte anos do anime, lançado em 1997. Nós fomos conferir e viemos dizer o que achamos!
Onde tudo começou
Pra quem conhece a jornada inicial do nosso herói, o eterno Ash Ketchum (da cidade de Pallet) acordou atrasado no dia de pegar seu pokémon inicial, restando apenas um temperamental Pikachu – e aí nasceu a parceria mais famosa da franquia. Após o primeiro episódio do anime condensado nos quinze minutos iniciais, acompanhamos a dupla junto com novos amigos, Verity e Sorrel, em busca do lendário Ho-Oh, com uma pena arco-íris que Ash adquiriu ao avistar o pássaro. Eles são acompanhados de perto pelo raro Marshadow, um pokémon guardião que busca garantir que Ash seja digno de encontrar Ho-Oh, e impedir que a pena seja tocada por pessoas de coração ruim.
Ash Ketchum
O filme não segue a continuidade do anime, mas continua sendo uma versão canônica da história – é como se fosse um universo alternativo em que Ash decidiu dar uma voltinha na montanha Tensei e capturar um pokémon lendário com três insígnias e dois pokémons no bolso. E ainda assim, pra quem é acostumado a ver como nosso protagonista é particularmente burro em decisões como um treinador, podemos ver que ele acerta um pouco dessa vez. Eternamente fazendo escolhas baseadas 100% no emocional – não é de se admirar que ele nunca ganhe uma liga fora a Laranja, ele passa por poucas e boas durante o longa, mas tirando uma real lição de tudo. Ash teve algumas atitudes negativas, porém condizentes com a realidade de uma criança, e seu relacionamento com Pikachu é sempre agradável de ver, e conseguiu transparecer toda a ligação dos dois.
Novos companheiros
Como é a saga de Kanto, era de se esperar que Brock e Misty fossem os companheiros de Ash durante a viagem. Porém, somos introduzidos a dois novos personagens: Verity (Vera, em português) – com seu fofíssimo Piplup; e Sorrel (traduzido como Sérgio) com seu Lucario. Ambos são treinadores da região de Sinnoh, e acompanham Ash durante o seu encontro com Ho-Oh.
Eu (#Jessica) achei ambos os personagens bastante carismáticos, principalmente seus parceiros – Lucario é um dos melhores pokémons já criados e ponto final. Apenas foi um pouco mal aprofundado as histórias deles, principalmente a da Verity, porém nada que comprometesse o longa. Não foi uma escolha ruim trocar, apesar de que manter os companheiros originais provavelmente agradaria muito mais os fãs de longa data de Pokémon.
Não só os amiguinhos são novos: a rivalidade com Gary Oak foi substituída pelo jovem Cross, um menino que acredita que a força é tudo o que importa – que pokémons são feitos para brigas e não amizade -, pretendendo tornar-se o maior treinador seguindo por esse viés. Seu Incineroar e seu Lycanroc na sua forma Meia Noite são exclusivos da região de Alola, da geração atual dos jogos.
Uma jornada de nostalgia
No final, não deixa de ser uma produção feita para os fãs. Vários arcos antigos foram reaproveitados, como o da Butterfree ou o do Charmander – fazendo o cinema TODO chorar como nunca tinha visto antes. Algumas partes também foram referências a cenas antigas – reinventaram aquele momento bem sofrido do Ash de pedra em “Pokémon: O Filme” (1998) de uma forma mais dolorosa ainda. Mas também tivemos momentos divertidos, como as constantes aparições da equipe Rocket como alívio cômico – mesmo que infelizmente eles nunca cheguem a interagir com Ash e seus amigos.
É legal ver como os cenários são realmente cercados por uma diversidade de pokémons, fazendo parte do ecossistema e parecendo até mais “realista” – em relação ao que um mundo repleto de monstrinhos seria – comparado ao anime antigo. Tudo isso enriquece o universo Pokémon e trouxe uma bela experiência para quem acompanha desde sempre e pra quem é fã novinho.
Não é como se o filme fosse perfeito, claro. Em si, a história é bem simples, não existem muitas partes complexas ou marcantes, e tem uma cena bem no final que dá uma gastura imensa – se você assistiu, eu SEI que você sabe. Mas em maior parte, talvez também por ter sido no cinema, ele valeu muito a pena. E no final da sessão, todo mundo ganhou uma carta exclusiva do Pikachu do Ash junto com um código pra adquirir um no novo jogo da franquia, Pokémon Ultra Sun/Ultra Moon!