Uma princesa guerreira, aventureira e corajosa. Essa é Moana, a mais nova personagem dos estúdios Disney. Fruto de um trabalho em parceria dos diretores Clements e Musker, a história da filha do chefe de uma tribo da Polinésia – que chegou aos cinemas na última semana – veio para consagrar os esforços de trazer uma princesa independente e que não precisa de príncipe para seguir a vida. Moana é exemplo de uma sociedade que busca cada vez mais referências feministas.

Completamente incomum, a história é contada no cenário azul do Pacífico. A trama nos mostra uma jovem de 16 anos que recebe uma missão do oceano: entregar uma relíquia mística a uma deusa. O filme aborda o feminino e questão da feminilidade de uma forma diferente, trazendo uma deusa, “Te Fit”, representando a ‘mãe natureza’ e uma jovem independente, criada para ser a líder de seu povo. E assim, começa a aventura. Ao lado do seu fiel amigo Mauí, Moana desbrava os sete mares para cumprir sua missão. Mauí é uma espécie mentor, um pouco sem escrúpulos, que arranca boas risadas dos espectadores.

Sem príncipes

Não é de hoje que a Disney procura trazer princesas fortes para as suas narrativas. Desde a princesa Tiana, de “A Princesa e o Sapo” (2009), os longas do estúdio buscam refletir os paradigmas da sociedade atual. Claro, as narrativas clássicas ainda encantam adultos e crianças. Porém, é preciso criar novos conceitos e referências. Em Moana, isso fica claro.

Os diretores ressaltaram, diversas vezes, que criar uma história sem um príncipe ou um enredo amoroso foi bastante complicado. As diferenças entre Moana e as princesas “clássicas” da Disney são inúmeras. O biótipo da nova “mocinha”, por exemplo, é bastante diferente, pois é mais forte e também lembra uma menina “normal”. Sem olhos ou boca marcados. O bichinho de estimação da princesa também foge do convencional. Moana possui um galo – muito medroso – como mascote. O fato é que durante muito tempo, as princesas eram vistas como criaturas delicadas e frágeis. E agora, Moana chegou para mostrar como salvar o mundo como uma menina.

O figurino

O figurino do filme é bem diferente do que estamos acostumados, sem vestidos volumosos, gravatas, joias ou sapatinhos de cristal. Moana, assim como todos os outros personagens, está o tempo todo descalça. Ela usa um colar que tem um grande valor sentimental e funcional. Além disso, suas roupas são bem típicas da região mostrada no filme, ou seja, a saia, por exemplo, foi feita com um tecido de forma artesanal, lembrando técnicas de cestaria (conjunto de técnicas de trançado a mão), com padronagens florais em ‘zig-zag’, ressaltando o movimento das ondas, além de algumas ‘franjas’ no barrado da saia. Para completar sua vestimenta, ela usa outra saia por baixo, produzida de palha. No top avermelhado, temos outros padrões estampados e algumas miçangas.

Apesar de um figurino feminino, as roupas de Moana foram pensadas de forma a não atrapalhar seu espírito aventureiro, diferente do frágil sapatinho de cristal da Cinderela, que não a permitia correr com segurança, ou o corset apertado, mangas bufantes e gola alta da Branca de Neve, que a tornava uma dama indefesa. Moana é forte e decidida, ou seja, não necessita de um príncipe para salvá-la, por isso é mais que justo uma indumentária que combinasse com esse perfil.