Justo quando pensávamos que não havia nada na indústria cinematográfica que The Rock ainda não tinha enfrentado, um gigantesco prédio em chamas se torna seu obstáculo. “Arranha-Céu: Coragem Sem Limite” nos mostra a história de Will Ford (Dwayne Johnson), um veterano de guerra e ex-agente do FBI que agora trabalha como responsável pela segurança de arranha-céus. Ele se torna o principal suspeito do incêndio que consome o edifício mais alto e tecnológico da China, e agora precisa partir em busca dos verdadeiros responsáveis para limpar seu nome e salvar sua família presa dentro do local. Aqui vai o nosso veredito.
A história de um prédio
A premissa de “Arranha-Céu: Coragem Sem Limite” é bem básica. Podemos entender rapidamente as motivações dos personagens, sem muitas reviravoltas. A maior parte da ação se dá dentro do edifício “Pérola”, que representa bem o conceito de alta tecnologia que só é benéfica enquanto está funcionando adequadamente. A partir do momento que o controle é retirado das mãos do proprietário, tudo vai por água abaixo e é muito fácil fazer a estrutura ruir de dentro para fora.
As atuações são medianas, por vezes trazendo caricaturas do tipo de personagem que querem passar. Em questão de trama, tudo fica muito previsível. O roteiro é raso e apoia-se na ação – que afinal é sua grande proposta. Em meio ao clima produzido de tensão, há a tentativa de se inserir alívios cômicos em determinados momentos, mas estes parecem deslocados em relação ao tom sério estabelecido.
Foto: Divulgação
Um motivo para entrar
Toda a questão que envolve a entrada de Will na torre Pérola se dá por conta de sua família, presa dentro dela e bem próxima ao incêndio. É a motivação mais básica do personagem e uma ideia que facilmente se compra, ajudando também a aumentar a tensão quando o vemos tentando desesperadamente alcançar sua esposa e filhos enquanto eles se colocam em situações de risco tentando proteger-se da melhor maneira possível.
A justificativa para a grande habilidade e heroísmo do protagonista vem do seu histórico com o exército e o FBI, mas ele soa quase como inumano em diversas cenas que fazem o espectador rir para si mesmo, dizendo que aquilo nunca aconteceria de verdade. É mostrado que a sua esposa Sarah (Neve Campbell) também é uma ex-militar, cujas atitudes, por sua vez, se valem de ação ou inteligência tática e acabam sendo bem mais palpáveis.
Foto: Divulgação
Ação desenfreada
Claramente o foco principal do filme, a ação que The Rock protagoniza traz cenas agonizantes feitas na parte exterior do prédio, deixando a tensão se acumular na expectativa de uma queda fatal. Não há nada de realmente inovador, mas o longa ganha pontos pela criatividade em inserir novos elementos para a ação. Por exemplo, há uma luta que se vale de espelhos para mudar um pouco a maneira que o confronto acontece, usando bons ângulos de câmera e causando uma confusão proposital.
Porém não podemos deixar de imaginar que diversas situações não ocorreriam nem de longe daquela maneira na vida real, o tipo de licença poética a que filmes de ação nos induzem. No geral os combates são bem coreografados e a computação gráfica usada para cenas mais grandiosas consegue ser decente.
Foto: Divulgação
Veredito
No final, “Arranha-Céu: Coragem Sem Limite” é bem despretensioso. Sua ação megalomaníaca consegue criar um bom nível de tensão ao mesmo tempo em que pode causar descrença. O vilão é apenas um meio para um fim, estando lá para fazer os acontecimentos se desenrolarem e para reafirmar The Rock como um herói casca-grossa que consegue encarar tudo.
É o tipo de filme que busca trazer momentos de divertimento e cenas para vibrar pelos acontecimentos. Enquanto os coadjuvantes conseguem sustentar seus respectivos papéis sem grandes destaques, Dwayne Johnson está com seu carisma intacto, tornando fácil para o público se conectar com a trama de busca e proteção da família.
Foto: Divulgação