Você já imaginou Dwayne Johnson, o The Rock, em um papel dramático? Essa é a grande surpresa de Coração de Lutador, novo filme da A24. A produção é uma cinebiografia sobre o lutador Mark Kerr e conta também com Emily Blunt no elenco. Já assistimos ao longa e reunimos nossas impressões.
Enredo
A trama acompanha a trajetória de Mark Kerr (Dwayne Johnson) entre 1997 e 2000, período que marcou sua ascensão no mundo das lutas e sua dura batalha contra o vício em opioides fora dos ringues.
O filme também retrata a conturbada relação de Kerr com sua companheira Dawn (Emily Blunt), explorando os altos e baixos da vida pessoal do atleta.

Biografia sem coragem
Coração de Lutador é uma cinebiografia tímida, seu roteiro tem medo de se aprofundar nos problemas que Mark enfrentou e, com isso, o filme parece um retrato “chapa branca”. A narrativa parece ter medo de mostrar os momentos mais sombrios como eles realmente deveriam ser.
Apesar disso, o roteiro tem a fluidez necessária para que prenda a atenção do espectador, não fazendo voltas desnecessárias ou contando eventos que não fariam sentido para a narrativa.

O brilho de The Rock
Dwayne Johnson surpreende em um papel dramaticamente maduro. Ele dá ao personagem uma mistura de força e vulnerabilidade, equilibrando bem a brutalidade do lutador com a sensibilidade do homem fora dos ringues.
Além disso, é importante ressaltar a capacidade de emocionar que o ator tem. Porém, a trama, por ser muito panfletária, acaba o podando quando evita o aprofundamento nos momentos sombrios.

Veredito
Coração de Lutador é um filme que promete muito e entrega pouco. A decisão de não mostrar mais profundamente a batalha de Kerr contra as drogas acabou por deixar o longa sem vida, impedindo que a volta por cima do personagem tenha o peso necessário.
Apesar disso, o roteiro é fluido e a escolha de The Rock foi certeira, dando a ele a chance para se provar como um bom ator de drama. Só é uma pena que o roteiro não o permitiu explorar ainda mais essa faceta. Para acompanhá-lo, o restante do elenco faz um excelente trabalho com aquilo que lhes foi oferecido.
A fotografia é um dos grandes acertos: resgata o clima do final dos anos 1990 com tons terrosos e amarelados, enquanto as cenas de luta têm um visual mais cru e realista, reforçando a intensidade da história.
Pontos positivos:
- Fotografia
- Elenco
- Roteiro fluido
Pontos negativos:
- Narrativa rasa
NOTA: 7,5/10