Veredito de A Lenda de Ochi

05/06/2025 - POSTADO POR EM Filmes

Se você cresceu nos anos 90, certamente vai se lembrar das clássicas aventuras da Sessão da Tarde. É exatamente esse sentimento que a A24 busca resgatar com A Lenda de Ochi — uma mistura encantadora de Os Goonies (1985) com o toque emocional de E.T. (1982). Já assistimos ao filme e aqui estão nossas impressões.

Enredo

Yuri (Helena Zengel) é uma adolescente que vive em uma vila isolada na ilha da Carpathia. Desde pequena, ouviu lendas locais que a alertavam a não sair de casa após o anoitecer e, principalmente, a temer os misteriosos Ochi — pequenas criaturas da floresta consideradas perigosas.

Tudo muda quando ela encontra um filhote de Ochi e percebe que talvez nem tudo o que aprendeu seja verdade. A partir daí, inicia-se uma jornada de descobertas que desafia tudo o que ela acreditava saber.

Imagem: Divulgação

Uma aventura nostálgica

A Lenda de Ochi é uma história original do roteirista Isaiah Saxon. Cheia de delicadeza, cuidado e conexão com a natureza, esse é um filme infantil que consegue tocar até os adultos mais frios, por sua simplicidade e sua escancarada inspiração dos longas de amizade dos anos 1980.

O roteiro é simples e direto, com exceção do segundo ato, que se estende um pouco mais do que o necessário — uma escolha que deve agradar ao público infantil, mas que pode cansar espectadores mais exigentes. Felizmente, o desfecho é emocionante e recompensador.

Imagem: Divulgação

Acerto nos personagens

O destaque do elenco vai para Helena Zengel, que interpreta Yuri com doçura e sensibilidade, e Willem Dafoe, como Maxim — um personagem enigmático que prende a atenção do início ao fim. Apesar de alguns coadjuvantes não serem tão memoráveis, a dupla principal carrega bem a narrativa.

Os Ochi, feitos com efeitos práticos (animatrônicos, não só CGI), ganham pontos pela originalidade e charme. Mesmo com uma aparência estranha à primeira vista, acabam se tornando incrivelmente carismáticos.

Imagem: Divulgação

Veredito

A Lenda de Ochi é uma bela homenagem às aventuras familiares dos anos 80. Além da aventura, a descoberta e a amizade completam os pontos-chave do enredo. Seu roteiro é simples, mas eficaz, conduzido com emoção e boas escolhas visuais.

A fotografia em tons amarelados reforça o clima nostálgico, enquanto os efeitos práticos elevam a imersão. A ambientação na Transilvânia também contribui bastante para o tom místico da história.

Embora o segundo ato tenha um ritmo mais arrastado, o conjunto funciona muito bem. Helena Zengel e Willem Dafoe conseguem entregar os personagens principais que a trama merece, contribuindo com uma energia que conseguem alavancar o argumento do filme.

Pontos positivos:

  • Enredo nostálgico e emocional
  • Efeitos práticos encantadores
  • Helena Zengel e Willem Dafoe em ótimas performances

Pontos negativos:

  • Segundo ato com desvios desnecessários no ritmo da narrativa

NOTA: 8/10