Quem aí gosta de um drama com toques de comédia e que trata de assuntos relevantes? Campeões (2023) é o novo filme da Focus Features que trata sobre inclusão de forma leve e com críticas um tanto interessantes. Conferimos o longa contamos nossas impressões a seguir.
Enredo
Um ex-técnico profissional de basquete (Woody Harrelson) acaba sendo preso por dirigir embriagado depois de se envolver em uma polêmica no trabalho. Por conta disso, ele recebe uma pena onde precisa treinar por 90 dias um time de basquete comunitário cujo os atletas têm deficiência intelectual e cujo orçamento negativo do time complica a situação.
O plot do filme é bem simples: um homem de meia idade, com preconceitos e temperamento difícil se vê em uma situação complicada e os desafios impostos o fazem repensar suas perspectivas. O roteiro é um remake de um longa espanhol homônimo de 2018 e é direto e sem falsos moralismos. O longa faz piada utilizando a quebra de expectativas, construindo aos poucos a problemática até sua resolução no último ato.
O elenco do filme é algo que merece ser mencionado. Os atores que interpretam os jogadores de basquete possuem deficiência intelectual (assim como seus personagens) e entregam uma atuação fenomenal, o que faz o espectador criar um afeto por todos eles. O grande destaque fica para a jovem Madison Tevlin. Apesar de o timing de comédia de todos os atores ser ótimo, preciso chamar atenção para como Madison sabe entregar as piadas com naturalidade.
Imagem: Divulgação
Inclusão
Não é de hoje que filmes que tratam de inclusão chegam às telonas, mas é preciso notar que houve uma grande mudança na forma como essas histórias são contadas e, principalmente, quem está contando.
Lembro que nos anos 1990 existiam alguns filmes que tinham esse plot de inclusão, como por exemplo um enredo de um casal portador de síndrome de down que queria simplesmente casar e criar seu filho juntos. Infelizmente, esses enredos não ganhavam quase nenhum espaço na mídia e quando tinham a chance de vir à tona, sempre era com um tom de “coitadinhos”, mostrando o quão preconceituosa é a nossa sociedade.
É claro que ainda estamos bem longe de atingir um patamar de igualdade, principalmente quando analisamos que filmes como o brasileiro Colegas (2013), que tinham um elenco com atores com down, foi exibido em pouquíssimas salas e recebeu uma publicidade bem aquém de outros longas.
Imagem: Divulgação
Veredito
Campeões é um filme leve, que coloca um sorriso no rosto até das pessoas mais duras. Seu roteiro simples e com clichês não tenta inventar a roda, mas funciona e entretém o público. O único problema é que algumas piadas parecem estar lá apenas para encher linguiça.
O elenco como um todo é excelente e cativante, mas em especial Madison Tevlin merece uma menção honrosa. Mesmo com uma ótima atuação de Woody Harrelson, que mostra mais uma vez a sua grandeza e combina muito com o papel do técnico sisudo, o time acaba sendo a estrela do filme e coloca o ator em segundo plano.
Destaco por último a trilha sonora do longa, que mistura músicas novas e antigas. As escolhas combinam exatamente com as situações para as quais foram selecionadas.
Pontos Positivos:
- Elenco
- Plot simples e leve
- Piadas que funcionam
Pontos Negativos:
- Clichês
- Alguns elementos parecem encher linguiça
- Roteiro básico
Nota: 7,5