Guy Ritchie (Sherlock Holmes, O Agente da Uncle, Snatch) retorna com mais um filme de assalto com um dos atores símbolo desse sub-gênero nos últimos anos, Jason Statham, como protagonista.
Infiltrado é um destaque de sua filmografia ou mais um descartável longa de ação? Descubra no veredito abaixo.
Sombra do passado
H (Jason Statham) é chefe de um grupo de mercenários e se infiltra em uma empresa de carros fortes para descobrir pistas sobre a identidade de quem matou seu filho em um assalto. Sim, é confuso, e o trailer não ajuda ao revelar alguns fatos que são melhor aproveitados caso continuem como mistérios. Portanto, não veja nenhum trailer.
A proposta é criativa em comparação a outros filmes com foco em grandes assaltos e o início de Infiltrado monta bem o terreno para o que vai aos poucos sendo explicado ao público. H é um homem de poucas palavras, focado no serviço e fora de série com armas de fogo. A pessoa perfeita para o trabalho e a escolha pelo frio Statham para interpretá-lo foi certeira.
Imagem: Divulgação
Recalculando os planos
Infiltrado se divide em quatro capítulos com três diferentes grupos, que se conectam em um determinado momento. A maior dificuldade aqui é dosar a ação com o suspense em uma obra com excesso de personagens e que pouco acrescentam ao drama principal: a busca de H pelo seu alvo. O primeiro e o último capítulo são os que melhor equilibram estes elementos, com trocas de tiros sem escalas exageradas que se tornaram padrão nos longas recentes do gênero.
O terceiro capítulo é o menos empolgante e tira o ritmo após o peso da primeira hora de filme focada em H, expondo a preparação do grupo de assaltantes para seu ato final. A figura de Jan (Scott Eastwood) como ameaça maior é fraca em comparação ao que vimos de H. Em resumo, é apenas um mero obstáculo para o protagonista concluir sua meta, e não um inimigo à altura para o embate derradeiro.
Imagem: Divulgação
Veredito
Infiltrado derrapa quando tenta revirar uma história que podia ser mais direta e eficiente em uma linha temporal linear, embora use bem isso no começo para construção de um clima de mistério e de tensão quanto à real identidade do que mais parece uma máquina de matar. A tentativa de ser menos convencional saiu pela culatra.
Porém, enquanto exercício de gênero, é meticulosamente eficaz pela capacidade de Ritchie de aproveitar o espaço limitado nos momentos mais quentes, com uma edição seca e sem medo de optar por baixar o ritmo. Algo difícil de ocorrer nas obras do diretor, sempre frenéticas.
De um começo promissor para um meio arrastado e um final que atinge as expectativas, Infiltrado dá uma volta maior do que deveria para enfim executar sua proposta.
Pontos negativos
- Segundo ato arrastado demais
- Vilão “principal” sem peso
Pontos positivos
- Cenas de ação diretas e que aproveitam bem a pequena escala
- Atos iniciais e finais com excelente ritmos
NOTA: 6,5