LISTA: 6 produções para assistir e amar no Natal

24/12/2018 - POSTADO POR EM Filmes

A propósito, quem não gosta do Natal? Apesar de ser um feriado que pode trazer memórias das mais diversas às pessoas, positivas ou negativas, esta definitivamente é a data que põe tudo em perspectiva. Se você não se pergunta, em reflexão profunda, sobre o que você fez durante todo o ano, com aquela imagem da Simone cobrando satisfação, provavelmente é porque vive numa caverna. Até mesmo o Grinch deve refletir.

Independentemente de sua programação, o Roteiro Nerd traz aqui algumas sugestões para aqueles que preferem sentar no sofá, acompanhados ou não, e curtir uma boa e velha ficção. Se não fossem essas histórias, afinal, a própria realidade não teria a menor graça.

Especial de Natal de “Bojack Horseman” por Jana Flor

Sendo uma grande fã de Bojack (mesmo que ao final de cada episódio eu necessite de uma sessão deitada no divã), a minha indicação do que buscar na Netflix para o Natal é o spin-off de Horsin Around, quando Todd convence Bojack a assistir a um dos episódios natalinos da série fictícia. Para quem não conhece a série original, no universo que conta a história do famoso ator, esta é uma famosa sitcom dos anos 1990 que tornou o próprio Bojack uma estrela.

É o primeiro Natal das crianças no novo lar e a pequena Sabrina, interpretada por Sarah Lynn quando criança, tem um desejo impossível de ser realizado. Por isso, ela fica com raiva do Papai Noel. Com duração de 25 minutos, os momentos do episódio são intercalados por diálogos entre Todd e Bojack, que sempre pausam a reprodução para discutir algo sobre o que está acontecendo na série.

A produção, no entanto, é leve e menos introspectiva do que normalmente vemos nos tradicionais episódios de “Bojack Horseman”. É interessante perceber como mesmo sendo uma animação, a série acerta ao mostrar o contraste de como começam e como terminam, na maioria das vezes, os astros de Hollywood, principalmente na figura de Sarah Lynn. O final revela o velho protagonista que já conhecemos: grosso, áspero e sozinho, mas buscando sair dessa frequente solidão.

Foto: Divulgação/Netflix

“O Expresso Polar”  por Thais Carneiro

A minha indicação é uma das animações favoritas de minha infância, que adoro rever na época do Natal: “O Expresso Polar” (2004). O longa é o primeiro filme a usar inteiramente a captura digital em sua produção, então temos uma animação com aspectos realistas, porém ainda não tão perfeitos devido à limitações tecnológicas. Vale também mencionar que a história é inspirada no livro infantil de Chris Van Allsburg, de 1985.

A narrativa segue um garoto durante a véspera de Natal, no final dos anos 1950. Apesar de não ter mais de 12 anos, ele já vê com ceticismo toda a cultura em volta da figura do Papai Noel, inclusive apresentando argumentos contra a existência do bom velhinho para a irmã mais nova. Porém, na madrugada de 24 de dezembro, ele se vê acordado por um imenso trem que para bem em frente à sua casa; o condutor lhe convida a entrar e informa que o destino da viagem é nada mais, nada menos que o próprio Polo Norte.

Apesar de toda a roupagem infantil e de seus momentos mágicos e encantadores, é perceptível que o filme traz uma mensagem para os adultos que também o assistirem. O protagonista passa por aprendizados sobre amizade, confiança e principalmente fé. No final você entende que a jornada não precisa acontecer para o garoto voltar a acreditar especificamente no Papai Noel, mas para que ele aprenda a colocar sua crença em algo que importa.   

“Aggretsuko” por Demetrius Abreu

Para quem gosta de maratonar, a minha dica do que fazer no Natal é assistir a um anime japonês chamado “Aggretsuko”, desenvolvido pela Sanrio (empresa que criou a Hello Kitty) em parceria com a Netflix. Tendo como personagens animais fofinhos e humanizados, a série é uma tragicomédia que mostra o cotidiano de Retsuko, uma panda vermelha gente como a gente que trabalha em um escritório de contabilidade.

Passando os dias lidando com colegas de trabalho irritantes que todo mundo tem ou já teve e um chefe machista e de comportamento extremamente abusivo, os acessos de fúria de Retsuko são o ponto máximo dos episódios, que podem arrancar muitas gargalhadas do espectador. Engolindo todos os sapos possíveis ao decorrer do expediente no escritório, à noite, a panda fofinha vai extravasar toda sua ira no karaokê, cantando heavy metal.

Apesar do estilo de traço gracioso e infantil, que lembra “As Meninas Superpoderosas” e até a própria Hello Kitty, “Aggretsuko” não deve ser subestimada, pois apresenta os dilemas reais da rotina de um jovem adulto. A Netflix já disponibilizou a primeira temporada com 10 episódios e um especial de Natal. O anime foi renovado, e a segunda temporada já está prevista para 2019.

“O Amor Não Tira Férias” por Rebeca Bento

Para quem não é muito chegado em filmes melosos de Natal, mas não quer deixar de curtir a data, minha indicação é “O Amor Não Tira Férias” (2006). Com um elenco de peso e um enredo que beira o clichê com um toque sutil de humor, mas não permite que o espectador desgrude da tela.

As vidas amorosas de Amanda Woods (Cameron Diaz) e Iris Simpkins (Kate Winslet) não estão nada boas. Woods é uma bem sucedida produtora de cinema, enquanto Simpkins trabalha em uma editora de livros e redação de jornal. Ambas sofrem uma decepção amorosa e decidem se afastar de suas cidades natais. Elas se encontram um em chat de aluguel de imóveis e, então decidem “trocar” de casa durante as festas de fim de ano.

Apesar de parecer uma comédia romântica boba, o longa consegue nos manter vidrados na tela. Além disso, a partir de pequenos detalhes da personalidade de cada um dos personagens, é possível sentir empatia e se identificar. Se ainda precisa de convencimento, temos também Jude Law e Jack Black no elenco.

“Irmão do Jorel” por João Victor

A minha indicação de Natal vai ser uma animação que já conhecia faz tempo, porém só cheguei a assistir quando foi liberada na Netflix: “Irmão do Jorel” (2014). Criado por Juliano Enrico, esse foi o primeiro desenho feito originalmente no Brasil a ter sucesso na Cartoon Network. A série é uma homenagem a todo mundo que vive na sombra dos irmãos mais velhos.

“Irmão do Jorel” mostra a vida de um garoto (Andrei Duarte), que dá o nome a série, junto de sua família e amigos da escola. Infelizmente, ele sempre é encoberto pelo brilho do seu irmão mais velho, Jorel (Juliano Enrico), que é lindo, perfeito, tem cabelos maravilhosos que irradiam ao vento e é bom em tudo o que faz.

Além deles, temos o pais, Seu Edson (César Marchetti) e Dona Danuza (Tânia Gaidarji), as suas duas avós, Juju (Melissa Garcia) e Gigi (Cecília Lemes), Nico (Hugo Picchi Neto), o outro irmão do Jorel, e Lara (‎Melissa Garcia), a melhor amiga de irmão do Jorel.

A animação mostra várias situações clássicas da família brasileira, gerando uma certa identificação com o que se passa em cada história junto do seu desenrolar. Quem não teve aquela avó que sempre checa se o neto estava bem agasalhado e alimentado por um abacate? (#TodosAmamosVovóJuju!)

“O Estranho Mundo de Jack” por Gabriel Macedo 

“O Estranho Mundo de Jack” já se tornou um clássico do Natal. A boa notícia é que está no catálogo da Netflix! Embora muitos acreditem ser um filme assinado por Tim Burton, na realidade ele “apenas” escreveu a história, juntamente com Caroline Thompson, e produziu o longa, em parceria com a recorrente colega Denise Di Novi.

A produção, toda filmada em stop motion, levou pouco mais dois anos para ser finalizada, estreando em outubro de 1993. Na época, a Walt Disney Pictures preferiu lançar o longa no catálogo da Touchstone Pictures, considerando que o resultado tinha ficado sombrio demais para crianças.

Naturalmente, as crianças da atualidade já não veem grande coisa no filme, que é recheado de músicas super envolventes, escritas (e algumas interpretadas) pelo grande parceiro de Burton, Danny Elfman. O diretor, Henry Selick (“Coraline”), chamou Chris Sarandon para fazer a voz do protagonista, Jack Skellington, e Catherine O’Hara para interpretar Sally, a boneca de trapos. Na trama, o Rei das Abóboras está cansado de todo ano ter que assustar os habitantes da Cidade do Halloween. Vagando pela floresta, ele encontra uma passagem para o fantástico mundo do Natal, e a partir daí começa a obcecar sobre o feriado.

Na tentativa de trazer esse espírito para os sinistros habitantes do seu lugar de origem, as investidas começam a dar errado quando um plano maléfico de sequestrar o Papai Noel é posto em prática pelo próprio Jack e interceptado pelo bicho-papão, verdadeiro vilão da história. Todos acabam se envolvendo no enredo, e a repercussão só pode ser uma se a intenção for salvar a data comemorativa mais querida de todas.