Joaquin Phoenix: 5 Filmes para além do Coringa

21/02/2020 - POSTADO POR EM Filmes

O ator Joaquin Phoenix pode ter faturado seu primeiro Oscar somente agora, em 2020, mas antes de conquistar o mundo com sua versão icônica do Coringa, o artista já demonstrava seu talento em diversas produções. Recuperamos uma lista publicada antes do lançamento do filme que já chamava atenção para as habilidades do ator. Com sua vitória no Oscar, é um momento mais que propício para relembrar ou conhecer trabalhos marcantes de Phoenix.

A escolha de quem interpretaria um dos maiores e mais complexos personagens da cultura pop não deve ter sido, nem de longe, fácil, mas Joaquin Phoenix está entre os maiores nomes de Hollywood – e talvez o mais adequado – para ocupar a papel do Coringa. O ator já era conhecido no circuito independente por sua versatilidade, profissionalismo e entrega fora do comum. Deu resultado: agora, tem um Oscar no currículo. Se liga em 5 destaques de sua carreira!

Ela (2013)

Foto: Divulgação

Em um futuro não muito distante, os sistemas operacionais estão ainda mais presentes na vida das pessoas – como amigos e até mesmo em relacionamentos românticos. Theodore (Phoenix), um homem solitário que trabalha escrevendo cartões de felicitações, se apaixona por Samantha (Scarlett Johansson), seu sistema operacional.

Apesar de uma premissa que parece um tanto esquisita, a relação com Samantha é apenas um pretexto para o diretor, Spike Jonze, falar sobre relacionamentos humanos e as marcas profundas que um término pode deixar na vida de alguém. Com um clima melancólico e ao mesmo tempo delicado, Joaquin Phoenix traz à vida toda a sensibilidade e beleza de ter um coração partido e precisar reconstruí-lo para se dar uma chance de começar de novo.

Você Nunca Esteve Realmente Aqui (2017)

Foto: Divulgação

Joe (Phoenix) é um assassino de aluguel e veterano de guerra traumatizado por suas experiências do passado e perspectivas do futuro – ou a falta delas. Após Nina (Ekaterina Samsonov), filha de um político proeminente, ser raptada para uma rede de tráfico sexual, ele inicia uma jornada de busca incessante pela garota. A história, embora importante, fica em segundo plano e o inconsciente de Joe se torna o verdadeiro foco da trama.

Depressão, suicídio, amor e violência são alguns dos temas centrais que a obra aborda e Phoenix nos leva a vivenciar a dor de Joe e a bondade que o personagem carrega dentro de si. A diretora Lynne Ramsay, conhecida por desenvolver suas narrativas mergulhando nos lugares escuros de seus personagens (como fez em “Precisamos falar sobre Kevin”, 2011), entrega neste trabalho uma obra densa, de muitas camadas, que choca por sua intensidade e sutileza.

A Pé Ele Não Vai Longe (2018)

Foto: Divulgação

Nesse filme biográfico dirigido por Gus Van Sant (de “Gênio Indomável”, 1997), Phoenix interpreta John Callahan, cartunista conhecido por seu humor ácido e história de luta. O artista levava uma vida de festas e bebida, até que sofreu um acidente que o deixou paraplégico e mudou sua trajetória. O longa intercala cenas do passado e presente e ainda transforma em animação os desenhos de Callahan. Apesar de momentos que tiram risadas de todos, a produção não se esquece de evidenciar as dificuldades vividas pelo protagonista.

Em uma atuação espetacular, Phoenix consegue ser sarcástico, bondoso e trágico, tudo ao mesmo tempo. Para acompanhar sua atuação poderosa, outros nomes do elenco, como Jonah Hill e Rooney Mara, também ganham destaque. Entre grupos de alcoólicos anônimos, um novo amor e o início de uma carreira que o levou às suas melhores publicações, a mensagem que percorre toda a trama é de superação e esperança ao mostrar que algumas coisas acontecem para deixarmos nossa marca no mundo.

Johnny e June (2005)

Foto: Divulgação

Charmoso, sedutor e talentoso. Essas são qualidades facilmente associadas a Johnny Cash e as suas músicas. Características, que também podem se relacionar a Joaquin Phoenix e sua interpretação do cantor no filme “Johnny e June”, biografia dirigida por James Mangold (de “Logan”, 2017). A produção acompanha a conturbada história do cantor em início de carreira, dando os primeiros passos para o sucesso até conhecer June Carter (Reese Witherspoon) e a fama se misturar às complicações que a vida de Johnny traz ao relacionamento dos dois.

Por vezes é fácil – e quase inevitável – esquecer que há uma atuação por trás das características do músico, que Joaquin Phoenix incorpora tão bem. Sua interpretação revela uma enorme naturalidade e precisão em cada detalhe. O longa traz a força das canções de Johnny Cash, e mostra através das atuações e do singelo roteiro a intensidade de se viver a fama e o amor ao mesmo tempo.

O Mestre (2012)

Foto: Divulgação

O cenário de “O Mestre” é o pós-guerra na década de 1950, época do “boom” dos cultos religiosos nos Estados Unidos que apesar de vitorioso, se demonstrava frágil na figura de seus soldados marcados pelo horror da guerra, com destaque para a figura de Freddie Quell, o protagonista de Joaquin Phoenix. Freddie é um soldado que volta da Segunda Guerra Mundial atormentado e envolto por seus vícios e compulsões até que inicia uma jornada com Lancaster Dodd (Philip Seymour Hoffman), líder de uma seita religiosa que passa a ser seu mestre.

Em um filme de Paul Thomas Anderson (de “Trama Fantasma”, 2017) não podemos esperar superficialidade ou constante satisfação, mas sim um certo desconforto ao passo que entramos na história. As paixões, o desespero e a tranquilidade são pontos de contraste que dão ao filme uma característica sofisticada e poderosa. Em uma das melhores atuações de sua carreira, Phoenix mostra novamente todo seu potencial multifacetado no silêncio e na euforia, na leveza e na loucura.